Numa Breve Reflexão

Numa breve reflexão, fico intrigada com a forma como às vezes as pessoas conduzem os fatos de sua vida e atribuem valores aos seus resultados.

Explico o que quero dizer…

A Bíblia diz que “toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus” (Mateus 7:17). No verso 20 está escrito: “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” É lógico que Jesus não falava de árvores, mas de pessoas.

Assim, por análise, podemos concluir que os resultados são a prova, ou no mínimo um forte indício, de que o que estamos produzindo é bom ou mal para nós mesmos e para os outros. Muitas vezes vemos que há uma grande discrepância entre o discurso e os resultados visíveis de suas teorias. Pessoas vazias, infelizes, mal amadas, sem perspectiva, dementes, divagando entre o passado de tentativas frustradas, um presente sem objetividade e um futuro muito pouco promissor. Enquanto isso, suas vidas são apenas uma sombra do que desejaram ser um dia. Quando muito, conseguem criar um mundo de fantasias para se esconder, e transitam entre uma fábula e outra, procurando desculpas para sua incompetência teórica, prática e espiritual. Vivem nas sombras dos outros e os culpam por serem aquilo que elas não conseguem ser, desejando o que não podem ter e “incomodando” seus pares com seus devaneios psicóticos sobre relacionamentos e projetos. Devaneios sim! Como no dicionário – “Estado de espírito de quem se deixa levar por lembranças, sonhos e imagens. Ausência de razão”. É triste, mas verdade. Ao invés de encontrar fontes seguras de se inserir nos contextos que tanto se deseja, há uma perda de contato com a realidade que leva a comportamentos estranhos e anti-sociais.

Mas e os frutos? Os frutos, ou resultados, são visíveis; fontes confiáveis de autocrítica. O pensar “Como está minha vida? Estou feliz? Alcancei o que busquei até aqui? Sou competente?” é, sem dúvida, um excelente caminho. Se as respostas para estas perguntas forem satisfatórias, o sinal verde está aceso para prosseguir. Se não… Pisca o alerta vermelho!

É preciso olhar-se no espelho de suas contradições sem medo do que se vai ver, e para isso é preciso coragem e capacidade de se auto-explicar. Buscar ajuda pessoal ou profissional. Admitir que há problemas a serem resolvidos. Ouvir o som de suas almas sem equilíbrio e dialogar com elas. Aliar as teorias das sensações interiores com a prática da realidade nua e crua que não perdoa nem espera ninguém.

Nunca é tarde para começar ou recomeçar. Mas, isso é só para os fortes. Os fracos sucumbem e são bons candidatos a “zumbis”. Parecem vivos, mas não estão.

Para finalizar, deixo uma sugestão de reflexão no texto de Fernando Pessoa:

“Toda a teoria deve ser feita para poder ser posta em prática, e toda a prática deve obedecer a uma teoria. Só os espíritos superficiais desligam a teoria da prática, não olhando a que a teoria não é senão uma teoria da prática, e a prática não é senão a prática de uma teoria. Quem não sabe nada dum assunto, e consegue alguma coisa nele por sorte ou acaso, chama «teórico» a quem sabe mais, e, por igual acaso, consegue menos. Quem sabe, mas não sabe aplicar – isto é, quem afinal não sabe, porque não saber aplicar é uma maneira de não saber -, tem rancor a quem aplica por instinto, isto é, sem saber que realmente sabe. Mas, em ambos os casos, para o homem são de espírito e equilibrado de inteligência, há uma separação abusiva. Na vida superior a teoria e a prática completam-se. Foram feitas uma para a outra”.

Grande abraço!